O Kremlin revelou, nesta sexta-feira, que as negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia estão em “pausa”, à medida que os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar o conflito de três anos e meio vacilam.
Trump tem-se empenhado numa enxurrada de diplomacia – incluindo a receção do seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca – mas Moscovo tem prosseguido com as suas ofensivas e ataques aéreas.
“Os nossos negociadores têm a oportunidade de comunicar através dos canais. Mas, por agora, é provavelmente mais correto falar de uma pausa”, disse o porta-voz Dmitry Peskov aos jornalistas, incluindo à AFP, numa reunião de informação. “Não se pode usar óculos cor-de-rosa e esperar que o processo de negociação produza resultados imediatos”, acrescentou.
Putin excluiu a possibilidade de uma reunião com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que afirma que uma cimeira é vital para quebrar o impasse.
A Rússia tem intensificado os ataques à Ucrânia, tendo lançada maior ofensiva aérea de sempre na semana passada, matando várias pessoas e incendiando um edifício governamental na capital, Kiev.
Três rondas de conversações de paz diretas entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul não conseguiram produzir mais do que trocas de prisioneiros em grande escala. A Rússia tem mantido uma série de exigências de linha dura, incluindo a cedência total por parte da Ucrânia da região oriental do Donbass – partes da qual ainda controla.
Kiev rejeitou concessões territoriais e quer que sejam enviadas tropas europeias para a Ucrânia como força de manutenção da paz, algo que Moscovo considera inaceitável.
